Compartilhe/Share

Sumário interativo

Uma análise das dimensões da acessibilidade nos museus de ciências brasileiros[1]

Claudia Celeste Schuindt Recanello e Camila Silveira

Resumo: Os museus de ciências colaboram com a legitimação da pluralidade de culturas, a diversidade e a inclusão. O presente capítulo apresenta uma pesquisa e busca contribuir para que se ampliem as discussões no que diz respeito à inclusão da pessoa com deficiência nesses espaços, considerando que um dos desafios da educação museal é trabalhar com a diversidade de experiências educativas incorporando ações de acessibilidade.

Assim, o objetivo deste trabalho foi identificar e analisar as dimensões da acessibilidade presentes/ausentes nos museus de ciências brasileiros a partir dos dados do Guia de museus e centros de ciências acessíveis da América Latina e Caribe e das concepções de seus idealizadores sobre a inclusão da pessoa com deficiência nesses espaços culturais. Seguindo os pressupostos da pesquisa qualitativa hermenêutica fenomenológica, foi realizada a análise do guia e da entrevista semiestruturada feita com a coordenadora dele, segundo a perspectiva da Análise de Conteúdo. Foi possível identificar as dimensões de acessibilidade física na maioria dos espaços, assim como a dimensão programática, entretanto, a dimensão comunicacional é a menos presente.

Museus de ciências: princípios de inclusão e acessibilidade

O conceito de acessibilidade vem evoluindo com o avanço das leis e das pesquisas voltadas a essa discussão, deixando de estar relacionado unicamente à eliminação de barreiras arquitetônicas e passando a ser associado, principalmente, à ruptura de obstáculos para a pessoa com deficiência, ampliando seu significado em paralelo à inclusão de todas as pessoas, com o objetivo de propiciar oportunidades iguais para todos (SALASAR, 2019).

Entende-se por acessibilidade o quanto um produto, dispositivo, serviço, ambiente físico ou virtual está disponível para o maior número possível de usuários, independentemente de suas características físicas, sensoriais e cognitivas, ou seja, a acessibilidade passa a ser compreendida como uma característica do objeto, do meio, e não do indivíduo (SALASAR, 2019). Os princípios da inclusão são pautados em valores éticos que preconizam a celebração das diferenças, a igualdade, a valorização da diversidade, o aprendizado cooperativo, a solidariedade e o direito de usufruírem de todas as esferas da sociedade com qualidade.

A inclusão em museus envolve tanto a acessibilidade quanto a quebra de barreiras e está vinculada à cultura na qual não há um olhar de diferenciação. Sarraf (2008) define que:

A acessibilidade em museus significa que as exposições, espaços de convivência, serviços de informação, programas de formação e todos os demais serviços básicos e especiais oferecidos pelos equipamentos culturais devem estar ao alcance de todos os indivíduos, perceptíveis a todas as formas de comunicação e com sua utilização de forma clara, permitindo a autonomia dos usuários. Os museus, para serem acessíveis, portanto, precisam que seus serviços estejam adequados para serem alcançados, acionados, utilizados e vivenciados por qualquer pessoa, independentemente de sua condição física ou comunicacional (SARRAF, 2008, p. 38).

A acessibilidade, nesse sentido, vai além do físico, ultrapassa a eliminação de barreiras arquitetônicas e adiciona outros aspectos de caráter comunicacional, atitudinal, cognitivo e social. Assim, a pessoa com deficiência deve ter garantido seu direito de desfrutar do espaço científico-cultural e de participar de suas atividades, e esse movimento diz respeito a ter “acesso, andar, ver, ouvir, tocar e sentir bens culturais produzidos pela sociedade através de tempos e disponível para toda a comunidade” (COHEN; DUARTE; BRASILEIRO, 2012, p. 22).

Assim, implementar acessibilidade em museus significa atender seus visitantes, independentemente das suas condições físicas, sensoriais, intelectuais, sociais e emocionais. Entende-se que incorporar ações e medidas de acessibilidade é um processo a ser desenvolvido a curto, médio e/ou longo prazo, entretanto, ressalta-se que as adequações não são apenas físicas, mas sim de cunho social e cultural (SARRAF, 2008), pois os museus são espaços importantes não apenas para a comunicação histórica, antropológica, científica e para o lazer, mas também para a promoção do conhecimento de maneira equitativa, diversificada e inclusiva.

Salientamos, então, a importância de discutir como a acessibilidade e a inclusão se articulam nos museus de ciências que são lugares nos quais a divulgação e a educação científica acontecem para diferentes tipos de público. Assim, um museu de ciências acessível permite uma abordagem diferenciada dos conteúdos apresentados nas exposições, o que despertará interesse por parte do público, da comunidade, ampliará as discussões e a responsabilidade social a esse respeito. A inclusão passa a ser, portanto, uma preocupação emergente no campo da educação museal. Dessa forma, não se pode pensar uma educação em museus sem levar em conta essa especificidade que determinará ações e práticas educativas inclusivas.

Nessa perspectiva, entende-se que, para que o público com deficiência assuma o papel de protagonista, os museus de ciências devem garantir que, além do acesso ao local, os aspectos da inclusão sejam respeitados. Assim sendo, propomos, neste capítulo, identificar e analisar as dimensões da acessibilidade presentes/ausentes nos museus de ciências brasileiros a partir da análise do Guia de museus e centros de ciências acessíveis da América Latina e do Caribe (MCCAC) (NORBERTO ROCHA et al., 2017), que fornece informações autodeclaradas por cada instituição, e das concepções dos seus idealizadores. Buscamos ampliar as discussões a respeito da inclusão da pessoa com deficiência nos espaços museais e contribuir, assim, com esse movimento.

Caminhos metodológicos

Apresentamos neste capítulo parte de uma pesquisa de mestrado de natureza qualitativa que seguiu os procedimentos metodológicos da pesquisa hermenêutica fenomenológica (DITTRICH; LEOPARDI, 2015), tendo como ponto de partida a realidade social dos sujeitos que objetiva a compreensão das vivências, procurando compreender a realidade e o que ela significa para os indivíduos, bem como quais implicações ela traz.

A fim de responder à questão de pesquisa proposta, fez-se necessário um levantamento dos dados a respeito da acessibilidade nos museus de ciências do Brasil. Para tal, utilizam-se os procedimentos da Análise Documental (GIL, 2008) aplicada no objeto de análise dessa etapa, o Guia de museus e centros de ciências acessíveis da América Latina e do Caribe (GMCCAC) (NORBERTO ROCHA et al., 2017). Somado a isso, por meio de entrevista semiestruturada com a coordenadora do MCCAC, realizada em setembro de 2018, objetivamos reconhecer na fala a presença/ausência da acessibilidade nos museus de ciências. A entrevista versava sobre acessibilidade, inclusão, práticas acessíveis e/ou inclusivas, materiais adaptados para atendimento ao público com deficiência e presença da pessoa com deficiência no desenvolvimento de projetos.

Analisamos os dados segundo a perspectiva da Análise de Conteúdo (BARDIN, 2016), tendo como unidade de registro o tema e, para tanto, foram categorizados a fim de que os resultados fossem dispostos de maneira que os aspectos semelhantes pudessem revelar quais as dimensões da acessibilidade presentes/ausentes nos museus de ciências brasileiros a partir da análise do guia e da concepção de seus idealizadores.

Desse modo, definimos três grandes categorias a posteriori que nortearam o agrupamento das informações para diálogo com as bases teóricas. Para tal, utilizamos as dimensões de acessibilidade definidas por Sassaki (2005): “arquitetônica, comunicacional, metodológica, instrumental, programática e atitudinal, mostrando que todas essas dimensões são importantes, se faltar uma, compromete as outras” (SASSAKI, 2005, p. 22). As abordadas durante a pesquisa foram: a) acessibilidade arquitetônica/física; b) acessibilidade programática/institucional e c) acessibilidade comunicacional, excetuando-se as dimensões metodológica, instrumental e atitudinal de Sassaki (2005), pois não foram analisadas as práticas museais in loco.

Posteriormente, realizamos as interpretações e análises dos resultados, procurando desvelar quais as dimensões da acessibilidade presentes/ausentes nos museus de ciências brasileiros a partir da análise do MCCAC e das concepções de seus elaboradores.

Resultados e discussão

Dada a especificidade e importância deste tema, mapearam-se os museus de ciências acessíveis brasileiros bem como as medidas de acessibilidade em cada um deles por meio da análise do Guia de museus e centro de ciências acessíveis da América Larina e do Caribe (NORBERTO ROCHA et al., 2017). Neste capítulo, as medidas de acessibilidade adotadas pelas instituições foram elencadas a partir das informações presentes no MCCAC e são discutidas juntamente com as falas da coordenadora do guia, coletadas na entrevista semiestruturada, a respeito dessas ações e de seu processo de implementação.

Os tipos de acessibilidade

A partir da observação dos dados do MCCAC, é possível constatar que as medidas de acessibilidade física são predominantes, pois, normalmente, estão relacionadas às mudanças estruturais e arquitetônicas, tais como:

Entradas e saídas em nível ou que possuem rampas de acesso ou equipamentos eletromecânicos; sanitários acessíveis; alguns serviços públicos são acessíveis e estão em altura acessível a pessoas em cadeira de rodas, mobilidade reduzida ou baixa estatura; elevadores de passageiros adaptados; bebedouros acessíveis; oferece cadeira de rodas para uso interno; algumas exposições e obras estão dispostas em altura acessível; locais de reunião, auditórios, cinemas, teatros, planetários são acessíveis a pessoas em cadeira de rodas e mobilidade reduzida; transporte público farto no entorno (NORBERTO ROCHA et al., 2017, p. 70).

Dentre os 69 museus listados no GMCACC, 67 apontam possuir itens de acessibilidade física e de entorno, que podem ser enquadradas na dimensão de acessibilidade física/arquitetônica (SASSAKI, 2005).

Entretanto, Sarraf (2008) aponta que essas medidas não são suficientes se oferecidas de forma isolada; elas devem ser pensadas e implementadas em conjunto com as demais, pois o acesso por si só não é garantia de inclusão, apesar de favorecê-la.

De acordo com a NBR 9050 (ABNT, 2015), as informações pertinentes às condições físicas do espaço e suas possibilidades devem estar representadas de forma visual, sonora e/ou tátil, disponível para que todos os visitantes tenham acesso claro e imediato, estando localizadas de maneira a identificar claramente as utilidades disponíveis a fim de serem compreendidas por todos, como em:

Então, assim, eu acho que os Museus de Ciências, eles têm que pensar que […] nós temos que tentar ser mais inclusivos e dialogar com aquele público que a gente não está dialogando. Uma grande barreira é que a comunicação nos museus é ainda um pouco falha. Então, o professor, quando vai escolher uma atividade e ele tem um grupo ou alguns alunos que tenham algum tipo de deficiência, ele vai escolher aquele museu que ele sabe que vai ter alguém, alguma coisa pro seu aluno ser atendido. Só que essa informação muitas vezes é difícil de ser encontrada… (informação verbal)[2].

A acessibilidade vai além da eliminação de barreiras físicas e estruturais. O espaço deve permitir a todos a possibilidade de experimentar e vivenciar o ambiente, deve garantir a entrada, a circulação e a permanência em todas as áreas do museu, transmitindo segurança e liberdade de modo que o visitante possa estabelecer uma relação efetiva com os espaços (SALASAR, 2019), entretanto, essas ações demandam grandes mudanças e investimentos, como é argumentado pela entrevistada no excerto a seguir:

Então, na verdade, a gente só… é o que eu falo assim, a gente… é muito difícil ter uma acessibilidade total […] barreiras de edifícios dependem de infraestrutura, barreiras financeiras dependem de um trabalho mais complicado, né? (informação verbal).[3]

Para que um espaço seja considerado um museu acessível, não basta que, por exemplo, exista uma rampa ou um elevador, exposições com pavimentação adequada, alguns materiais táteis se, ao longo do trajeto ou durante a visita, houver obstáculos que não possam ser superados ou transponíveis. A existência de um obstáculo pode comprometer o projeto de inclusão (COHEN; DUARTE; BRASILEIRO, 2012) e, assim, perder a essência do desenho universal, que é permitir que a pessoa faça parte daquele espaço em toda a sua plenitude e de maneira igualitária em todos os níveis. Salienta-se, porém, que nem todas as barreiras físicas podem ser superadas, mas ainda assim o espaço pode ser inclusivo ou ter um potencial de inclusão.

Na dimensão acessibilidade programática/institucional (SASSAKI, 2005), buscamos identificar, nas falas da entrevistada, políticas, medidas e ações que buscassem diminuir ou sanar barreiras provenientes do museu como instituição pública. O desenvolvimento de estratégias e adequações nos espaços culturais é um assunto que ainda gera desconforto e insegurança diante dos gestores desses espaços (SARRAF, 2008). Muitas dessas ações só foram realizadas a partir da obrigatoriedade imposta pela Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (LBI) (BRASIL, 2015), e isso pode ser observado pela fala da entrevistada, quando da constituição do GMCCAC, a respeito da insegurança dos respondentes quanto aos itens de acessibilidade:

Ainda mais sendo um tema tão delicado que os museus têm muito medo de se expor, porque ainda é um tema pouco trabalhado nos museus e muitos museus nem sabem que fazem ações de acessibilidade, de inclusão, né? Então… e também existe a questão das leis, né? Então, muitos museus, eles não queriam se expor, não queriam mostrar que têm poucas ações de acessibilidade (informação verbal)[4].

É fundamental, para que o processo de inclusão ocorra, que os mediadores sejam formados para atender as necessidades dos visitantes, despertando o interesse científico em um público não usual desses espaços (NORBERTO ROCHA; MARANDINO, 2017). A coordenadora diz que:

O museu faz um papel […] de despertar o interesse de diversos tipos de público para a aprendizagem em ciência, não só despertar interesse, às vezes apresentar as possibilidades, que muitas vezes as pessoas não sabem que existem (informação verbal)[5].

Entretanto, segundo Norberto Rocha et al. (2017), apenas 13 espaços possuem intérpretes de Libras para atuarem durante a visitação. Para a realização de uma mediação inclusiva nos espaços museais, Sarraf (2008) indica que é preciso interpretá-la para além da relação interpessoal, não se restringindo à presença física do educador junto ao visitante, e sim à ação com os elementos mediadores. Dessa forma, o foco da atenção volta-se para o conteúdo exposto nos museus e para o modo de torná-lo próprio a quem busca o conhecimento, o que corrobora a importância de incluir o público-alvo dessas ações desde a sua concepção até a implantação dessas medidas.

Em consonância com essa proposta, as respostas da entrevistada salientam a necessidade de a pessoa com deficiência estar envolvida nesse processo, destacando que, também na elaboração do GMCCAC, houve a participação de pessoas com deficiência:

Na elaboração do guia sim, teve o [nome anonimizado] que foi o consultor, ele é cego. E ele nos ajudou com a audiodescrição de todas as imagens, desde a capa até a marca do nosso grupo, as ilustrações da página. Então, quando tinha problemas […] ele foi um dos que fez essa validação (informação verbal)[6].

Assim como durante a elaboração do guia, os museus de ciências estão tomando providências que possibilitem o acesso da pessoa com deficiência nesse processo, o que é um grande avanço, porém, reafirma-se que a inclusão transpassa aspectos organizacionais, estruturais e políticos. Portanto, é necessário que essas pessoas sejam incluídas desde o planejamento e a implementação dessas adaptações e mudanças, visto que a percepção de atitudes e melhorias deve partir do público-alvo.

Na dimensão deacessibilidade comunicacional (SASSAKI, 2005), observamos a existência/inexistência de equipamentos e recursos que permitam a superação ou, ao menos, a minimização das barreiras comunicacionais, de escrita e/ou de informação, por meio: da utilização de leitores de tela; do tamanho da fonte; de alternativas de idioma, por exemplo, Libras ou Braille; da adaptação das exposições; da criação de materiais táteis, manipuláveis e multissensoriais. Os resultados apontam que, dentre os 69 museus acessíveis listados no GMCCAC, 63 possuem recursos de acessibilidade visual e apenas 41 de acessibilidade auditiva.

A comunicação é uma necessidade básica e deve ser atendida nos espaços museais, assim como nas demais esferas da sociedade. Os recursos devem se voltar para satisfazer as exigências do espaço, da acessibilidade e do visitante. Dessa forma:

Assim como a linguagem, a gente entende que a educação inclusiva, ela tem que dar conta da diversidade humana, né? Não só para as pessoas com deficiência […], mas há diferentes tipos de aprendizagem, os diferentes contextos socioculturais, os diferentes desafios (informação verbal)[7].

É necessário incorporar as modificações no conteúdo, nos métodos, nas abordagens e nas estratégias de educação para superar barreiras, buscando oferecer a todos uma experiência e um ambiente de aprendizado igualitário e participativo, que correspondam às suas demandas. Inserir a pessoa com deficiência em espaços sem esses aprimoramentos e modificações não constitui inclusão (SARRAF, 2008).

Ademais, é necessário pensar nos processos de comunicação museológica de maneira que privilegiem diversas formas de mediação, buscando garantir a inclusão no atendimento à pessoa com deficiência, considerando que a acessibilidade é o primeiro passo para essa ação, em um processo dinâmico e irreversível. Também defendemos que os recursos de acessibilidade e as atividades inclusivas nos espaços museais beneficiam todos os visitantes, em um sentido geral e amplo, incluindo não apenas a pessoa com deficiência, como também apoia Sarraf (2008).

Considerações finais

Para que os museus de ciências se tornem espaços acolhedores a todos os seus visitantes, faz-se necessário transformar suas intenções em ações, de modo que a inclusão ocorra efetivamente.

Ao se observar a dimensão deacessibilidade física/arquitetônica, sinaliza-se que os espaços museais ainda possuem barreiras físicas, mas que estão trabalhando no sentido de desfazê-las ou, ao menos, minimizá-las. As medidas adotadas pelos 67 museus têm se baseado na reformulação ou na adaptação da estrutura arquitetônica dos espaços: restringem-se a entradas e saídas em nível, rampas de acesso, piso tátil e elevadores. Entretanto, apenas esses recursos não são suficientes para que o público com deficiência seja incluído nesses espaços.

No tocante à dimensão deacessibilidade programática, os museus têm buscado estabelecer ações de articulação e potencialização para promover a inclusão do público com deficiência no planejamento e na implementação das medidas de acessibilidade, além da formação de mediadores voltada para a inclusão. Entretanto, essas medidas ainda são pontuais e inespecíficas; assim, ressaltamos que é imprescindível que o público-alvo delas seja inserido nessa esfera.

Na dimensãocomunicacional, foram localizados espaços que contêm alternativas de linguagem, por exemplo, Libras ou Braille, e a criação de materiais táteis, manipuláveis e multissensoriais. Foi possível constatar que essa proposta não está disponível em todos os museus, e isso a torna a dimensão menos presente. Os resultados apontam que essas mudanças envolvem mais do que a variação linguística; é preciso que as exposições sejam configuradas de maneira adequada para que os educadores e os visitantes possam interagir durante a visita.

Destaca-se que os resultados obtidos durante essa pesquisa dialogam com os trazidos por Schuindt (2019) e Norberto Rocha et al. (2020). Diante do exposto, é possível concluir que alguns museus têm buscado se adaptar para receber o público com deficiência, visto que ainda há muito a se fazer. Tornar um ambiente acessível significa permitir todas as possibilidades de alcance e de percepção e o entendimento dos espaços com segurança e autonomia.

Agradecimentos

Agradecemos aos museus e aos participantes da pesquisa. O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Brasil (CAPES) – Código de Financiamento 001.

Referências

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 9050: acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. Rio de Janeiro, 2015. Disponível em: https://www.ufpb.br/cia/contents/manuais/abnt.pdf. Acesso em: 3 dez. 2018.

BARDIN L. Análise de conteúdo. 3. ed. Lisboa: Edições 70, 2016.

BRASIL. Lei nº 13.146, de 06 de julho de 2015. Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Diário Oficial da União, Brasília, DF, 2015, 6 jul., seção 1, p. 1. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015/Lei/L.htm. Acesso em: 13 jan. 2019.

COHEN, R.; DUARTE, C.; BRASILEIRO, A. Acessibilidade a museus: cadernos museológicos, v. 2. Brasília: MinC/IBRAM, 2012. Disponível em: http://www.museus.gov.br/wp-content/uploads/acessibilidade.pdf. Acesso em: 4 ago. 2018.

DITTRICH, M. G.; LEOPARDI, M. T.  Hermenêutica fenomenológica: um método de compreensão das vivências com pessoas. Discursos fotográficos, Londrina, v.11, n.18, p.97-117, jan./jun. 2015. DOI: http://dx.doi.org/10.5433/1984-7939.2015v11n18p97. Acesso em: 11 jan. 2021. 

GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. São Paulo: Atlas SA, 2008.

NORBERTO ROCHA, J. et al. Guia de museus e centros de ciências acessíveis da América Latina e do Caribe. 1. ed. Rio de Janeiro: Fiocruz – COC, 2017. Disponível em: https://grupomccac.org/wp-content/uploads/2017/12/GUIA-PT_audiodescri%C3%A7%C3%A3o-e-leitor-de-telas.pdf. Acesso em: 11 jan. 2021.

NORBERTO ROCHA, J. et al. Investigando a acessibilidade em museus e centros de ciência da América Latina. A. Acad. Bras. Ciênc., Rio de Janeiro, v. 92, n. 1, ,   2020. DOI: https://doi.org/10.1590/0001-3765202020191156.

NORBERTO ROCHA, J.; MARANDINO, M. Museus e centros de ciências itinerantes: possibilidades e desafios da divulgação científica. Revista do encontro de divulgação de ciência e cultura, Campinas, v. 3, n. 3, p. 49-58, abr. 2017. Disponível em: http://143.106.176.21/index.php/edicc/article/view/5220. Acesso em: 14 fev. 2019.

SALASAR, D. N. Um museu para todos: manual para programa de acessibilidade. 1. ed. Pelotas: UFPel, 2019. Disponível em: http://guaiaca.ufpel.edu.br:8080/handle/prefix/4390. Acesso em: 11 jan. 2021.

SARRAF, V. P. Reabilitação do museu: políticas de inclusão cultural por meio da acessibilidade. 2008. 181 f. Dissertação (Mestrado em Cultura e Informação) – Escola de Comunicações e Artes, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2008. DOI: http://doi.org/10.11606/D.27.2008.tde-17112008-142728. Acesso em: 11 jan. 2020.

SASSAKI, R. K. Inclusão: o paradigma do século 21. Revista da educação especial, Santa Maria, v. 31, n. 60, p. 19-23, out. 2005. Disponível em: https://periodicos.unesp.br/index.php/caminhos/article. Acesso em: 9 de jan. 2019.

SCHUINDT, C. C. A educação inclusiva em espaços não formais: uma análise dos museus de ciências brasileiros. Orientadora: Camila Silveira da Silva. 2019. 243 f. Dissertação (Mestrado em Educação em Ciências e em Matemática) – Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências e em Matemática, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2019. Disponível em: http://claudiaceleste.dx.am/dissertacao/audio-descricao.pdf. Acesso em: 28 de mar. 2019.


[1] O presente trabalho é um recorte de uma pesquisa de mestrado em Ensino de Ciências, cujo projeto foi aprovado pelo Comitê de ética em pesquisa em seres humanos sob o parecer do CEP/SD – PB. nº 2.958.426.

[2] Entrevista concedida pela coordenadora às autoras, em setembro de 2018, como parte da pesquisa de mestrado.

[3] Entrevista concedida pela coordenadora às autoras, em setembro de 2018, como parte da pesquisa de mestrado.

[4] Entrevista concedida pela coordenadora às autoras, em setembro de 2018, como parte da pesquisa de mestrado.

[5] Entrevista concedida pela coordenadora às autoras, em setembro de 2018, como parte da pesquisa de mestrado.

[6] Entrevista concedida pela coordenadora às autoras, em setembro de 2018, como parte da pesquisa de mestrado.

[7] Entrevista concedida pela coordenadora às autoras, em setembro de 2018, como parte da pesquisa de mestrado.

Share this Page