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Sumário interativo

Geociências no contexto da deficiência visual

Rodrigo da Rocha Machado, Filipe de Brito Fratte Modesto e Nathalia Winkelmann Roitberg

Resumo: Este capítulo apresenta os caminhos e resultados sobre as atividades educativas realizadas pela equipe do Museu de Ciências da Terra durante o ano de 2019, junto ao Instituto Benjamin Constant. No contexto da divulgação científica, foram discutidas estratégias de mediação e acessibilidade, especificamente geologia e paleontologia, na perspectiva da deficiência visual. O principal objetivo do trabalho foi relatar as experiências multissensoriais a partir do tutorial de percepção háptica das autoras Susan Lederman e Roberta Klatzky. Assim, são trazidas questões referentes ao planejamento pedagógico, à adaptação dos materiais e ao acervo selecionado pelo museu.

Entre os eventos ocorridos ao longo do ano, foram selecionados, para esta análise, três: uma atividade que utilizou o diálogo entre arte e ciência como estratégia de mediação; uma oficina em sala de aula sobre rochas e minerais, que promoveu uma aproximação entre a pesquisa científica e os alunos e, por último, uma exposição em que foi explorada a relação entre a ciência e o senso comum para a compreensão do patrimônio cultural. Finalizando, foram apontadas as capacitações realizadas pelos mediadores, os avanços e os desafios a serem enfrentados pelos agentes atuantes no contexto da acessibilidade em espaços museais.

Introdução

O Museu de Ciências da Terra (MCTer), localizado no bairro da Urca, na cidade do Rio de Janeiro, é uma instituição gerida pelo Serviço Geológico do Brasil – CPRM, empresa pública vinculada ao Ministério de Minas e Energia, que tem como missão “gerar e disseminar conhecimento geocientífico com excelência, contribuindo para melhoria da qualidade de vida e desenvolvimento sustentável do Brasil”(SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL, 2019b). Nesse contexto institucional, o MCTer atua em prol da popularização científica a partir de atividades educativas e expositivas na área das geociências.

Ao longo do tempo, os museus passaram a enfocar as relações com o visitante, gerando transformações sociais por meio da interatividade. Tais instituições aumentaram a preocupação com o direito e com a individualidade das pessoas com deficiência, em favor do acesso à cultura, à ciência e ao patrimônio cultural.

Desde a década de 1980, a equipe do MCTer desenvolveu ações para divulgação científica inerentes ao seu setor educativo. Por exemplo, destaca-se, em 2006, a participação no projeto ABC na educação científica – mão na massa RJ, que capacita professores brasileiros e estrangeiros utilizando jogos e experimentos. Também merece registro o fato de que, até 2015, quando foi inaugurado o programa de mediação do museu, recepcionistas e até mesmo vigilantes conduziam as visitas sob uma perspectiva de acessibilidade atitudinal. Arecente atuação dos mediadores possibilitou ampliar o processo de inclusão social, proporcionando maior autonomia e a formação cidadã. Nessa abordagem, o acervo do museu tornou-se um recurso pedagógico para o provimento de experiências aos diversos públicos.

Com o objetivo de seguir proporcionando variadas experiências aos seus visitantes e, assim, atender à diversidade, após fechar as portas para reforma, no final de 2018, o MCTer lançou, em janeiro de 2019, o projeto de itinerância Museu em movimento. Essa iniciativa procurou ampliar e promover o acesso do público ao acervo geológico e paleontológico da casa, tendo como premissa a elaboração de atividades acessíveis.

Entre as diversas atividades realizadas no âmbito desse projeto itinerante, este capítulo apresenta as ações que aconteceram junto ao Instituto Benjamin Constant (IBC). O IBC, fundado em 1854, é

[…] mais do que uma escola que atende crianças e adolescentes cegos, surdocegos, com baixa visão e deficiência múltipla; é também um centro de referência, a nível nacional, para questões da deficiência visual, capacitando profissionais e assessorando instituições públicas e privadas nessa área, além de reabilitar pessoas que perderam ou estão em processo de perda da visão (INTITUTO BENJAMIN CONSTANT, 2016).

Convém destacar que o MCTer e o IBC são vizinhos no bairro da Urca. Antes de 2019, a relação entre as instituições consistia em raras visitas agendadas de turmas desta àquela. Entretanto, uma dessas visitas, ocorrida em julho de 2018, promoveu uma maior aproximação institucional. Após um rico diálogo entre profissionais da gestão e do Educativo do MCTer e do IBC, foi redigido um plano de trabalho para compor um convênio, que, atualmente, está em processo de oficialização. As atividades desse projeto serão detalhadas a seguir.

O diálogo entre arte e ciência

            A primeira atividade realizada no IBC aconteceu nos dias 21 e 22 de março de 2019, em comemoração ao Dia Mundial da Poesia. Essa data foi criada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) em 1999, com o objetivo de apoiar a diversidade linguística por meio da expressão poética, sendo celebrada sempre no dia 21 de março de cada ano (UNESCO, 2020). O objetivo da referida atividade foi promover uma mediação entre os alunos e o acervo do museu por meio de um diálogo entre arte e ciência. Sua intenção foi despertar a capacidade de criação dos alunos e ajudá-los a externar sentimentos, sendo a relação com o conhecimento científico amparada nas considerações de Massarani, Moreira e Almeida no texto “Para que um diálogo entre ciência e arte?”, do qual se destaca o seguinte fragmento:

Ciência e arte: ambas nutrem-se do mesmo húmus, a curiosidade humana, a criatividade, o desejo de experimentar. Ambas são condicionadas por sua história e seu contexto. Ambas estão imersas na cultura, mas imaginam e agem sobre o mundo com olhares, objetivos e meios diversos. O fazer artístico e o científico constituem duas faces da ação e do pensamento humanos, faces complementares, mas mediadas por tensões e descompassos, que podem gerar o novo, o aprimoramento mútuo e a afirmação humanística (MASSARANI; MOREIRA; ALMEIDA, 2006, p. 10).

Como contextualização literária, foram feitas dinâmicas a partir do cordel A saga da pedra do Bendegó, do poeta Aidner Mendez Neves, que fala da relação de afeto e revolta do povo do sertão com a transferência do meteorito, a pedra de que fala o cordel, para o Museu Nacional do Rio de Janeiro (NEVES, 20–).

O planejamento da atividade aconteceu em parceria com os profissionais do IBC. Tanto a transcrição dos textos para o braille quanto a ampliação deles foram feitas pelos técnicos do Instituto. Para essa tarefa, foi necessário alterar a tipografia das letras, utilizando-se o tamanho de fonte 24[1]. Também foi necessário mudar o tipo da fonte, tendo sido escolhida a APHont, que, atualmente, é a mais indicada para leitores com baixa visão[2]; essa fonte foi desenvolvida pela American Printing House for the Blind (PONTES; FERNANDES, 2018). Pela equipe do MCTer foram selecionados meteoritos e outras peças do acervo, com o objetivo de propiciar aos alunos uma experiência multissensorial. Com a mediação, cada um poderia construir a própria experiência, tendo a possibilidade de segurar os objetos nas mãos, explorar suas formas, sentir seu peso e ter diferentes percepções táteis, combinadas com outros sentidos.

Como resultado, alunos de todas as idades interagiram e moldaram as próprias experiências durante a atividade. Alguns ficaram impressionados com o peso do meteorito, outros se posicionaram politicamente contrários à retirada do Bendegó do sertão e teve quem tenha recordado músicas populares sobre meteoros. O diálogo e a interação configuraram-se como instrumentos motivadores e artísticos, trazendo momentos marcantes, como quando um dos alunos, espontaneamente, tocou um instrumento musical e cantou sua canção favorita durante a atividade, tendo recebido aplausos de todos os colegas (SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL, 2019a).

Conforme descrito, essa relação entre a arte e a ciência propiciou um ambiente de interação multissensorial a partir de um texto da cultura popular. Entretanto, alguns desafios foram postos nessa primeira atividade. Como sistematizar a experiência tátil? Qual estratégia seria a mais adequada para isso? Essas inquietações trouxeram a necessidade de uma avaliação dos acertos e desacertos da atividade, e também a busca por um referencial teórico que pudesse, de alguma forma, orientar as práticas futuras.

Promovendo uma aproximação com o conhecimento científico

Em abril de 2019, professores de Ciências fizeram um convite à equipe do MCTer: a realização de uma oficina sobre rochas e minerais. A atividade teria o objetivo de levar amostras para ilustrar a aula sobre os tipos de rochas e minerais do planeta Terra. Como critério de seleção, buscou-se contemplar as diversas propriedades físicas e químicas das rochas e minerais do acervo, uma vez que a estratégia de mediação seria construída a partir da comparação e da diferenciação entre as peças. Além disso, para cada exemplar, foi anexada uma etiqueta com as respectivas descrições em braille e com ampliação em tinta, nos mesmos padrões do evento realizado em março (INSTITUTO BENJAMIN CONSTANT, 2019a).

Para o início das atividades, as propriedades físicas dos minerais usadas para sua identificação foram divididas de duas formas, de acordo com as definições de Menezes (2012). Primeiro, destacaram-se aqueles reconhecidos a partir das suas propriedades físicas ópticas – que dependem da incidência da luz para reconhecimento, como a observação da cor e do brilho do mineral. Na segunda forma, ficaram os minerais que não dependem da incidência da luz para caracterização, sendo distinguidos por meio de outros sentidos que não a visão – e são caracterizados por especificidades como a dureza, clivagem, densidade, forma geral (hábito) e magnetismo.

Desta vez, todo o itinerário de construção de conceitos a partir da pesquisa tátil estava teorizado, se compararmos com o que foi feito na atividade do Dia da Poesia. A intensa busca por um referencial teórico levou a equipe a encontrar o artigo “Percepção háptica: um tutorial” (em inglês, “Haptic Perception: A Tutorial”), escrito por Lederman e Klatzky (2009). Nesse trabalho de revisão, as autoras detalham alguns caminhos de percepção háptica: o movimento da mão sobre o objeto, procurando perceber a textura; a pressão nas amostras, para percepção da dureza; a retenção nas mãos, para comparação de pesos; a manipulação completa, para identificação de formas e estrutura; a utilização de outros sentidos, como a percepção de odores, sons e sabores.

Assim, na atividade, a mediação poderia proporcionar que cada aluno construísse o próprio caminho de percepção háptica – que ocorre quando existe uma combinação do tato, através da pele, e da percepção cinestésica, que acontece por meio das contrações musculares e dos tendões (LEDERMAN; KLATZKY, 2009).

Ainda segundo as autoras, essa combinação tátil-cinestésica seria especialmente eficaz no processamento das características de superfícies e objetos. Mas como isso funciona na prática? Para entender melhor, se fosse permitido aos alunos somente encostar nas peças, as experiências estariam limitadas a uma percepção de temperatura, textura e dureza das amostras. Porém, se, além disso, for permitida uma pesquisa mais completa – com a possibilidade de segurar os objetos nas mãos, explorar suas formas e ativar as contrações musculares e dos tendões ao segurá-las –, a experiência se torna mais completa, com o aumento do campo perceptual háptico.

Durante a oficina, as características ópticas foram trabalhadas com todos os alunos, uma vez que a formação dos conceitos de cores não depende exclusivamente do visual (BIANCHI; RAMOS; BARBOSA-LIMA, 2016). Além disso, como roteiro háptico, todos puderam comparar: os minerais quartzo e calcita quanto à dureza; calcita, feldspato, muscovita e quartzo quanto à clivagem; galena e grafita quanto à densidade; fluorita, berilo, turmalina, pirita, quartzo e crisotilo quanto às formas geométricas, também tendo verificado a magnetita quanto às propriedades magnéticas.

Como resultado, algumas propriedades foram destacadas pelos alunos: rugosidade, aspereza, viscosidade, resistência ao pressionar com a unha, diferenças de peso, além de formatos diversos. Em relação às características ópticas, as cores foram relacionadas aos mais diversos conceitos afetivos e sociais: o branco da calcita à associou-se à paz, o amarelo da fluorita ao sol, entre outras relações. Grande destaque foi dado ao “cheiro de ovo podre” do enxofre, ao som borbulhante da calcita efervescendo e ao gosto salgado da halita. A aproximação com o conhecimento científico veio através das relações estabelecidas com o cotidiano de cada um: o mineral fluorita na composição da pasta de dente, a bauxita como fonte de alumínio presente na composição das latas de refrigerante, dentre outros.

Como grande aprendizado, essa atividade demonstrou que um trabalho sequencial rompe barreiras de estranheza tanto da equipe quanto do público. A relação construída com os alunos no Dia da Poesia foi refletida no acolhimento afetuoso com que a equipe do museu foi recebida para essa segunda atividade. É preciso destacar que o roteiro de percepção háptica das autoras Susan Lederman e Roberta Klatzky mostrou-se eficaz na pesquisa sensorial das amostras de rochas e minerais.

Ciência e senso comum

Em maio de 2019, o MCTer promoveu uma exposição no hall de entrada do IBC, como parte da 17ª Semana Nacional de Museus. Com o título Lendas petrificadas, a narrativa da exposição levou algumas lendas relacionadas ao acervo geológico e paleontológico do museu, tendo sido ilustrada com minerais e rochas, além de fósseis originais e feitos em resina (INSTITUTO BENJAMIN CONSTANT, 2019b).

A estratégia de mediação dessa exposição foi a contextualização das geociências a partir do senso comum. Ela apresentou duas narrativas paralelas e complementares: as crenças e o conhecimento científico trazendo múltiplos significados sobre o mesmo objeto. A intenção foi levar o visitante a uma reflexão sobre o quanto a ciência e os saberes cotidianos são importantes e se complementam no processo de apropriação do patrimônio cultural (SILVA, 2011).

Para a confecção de painéis, evitou-se o registro de informações sobre suportes transparentes, brilhantes, refletores, com decoração, marcas d’água ou desenhos no fundo, a fim de facilitar a leitura por parte das pessoas com baixa visão. Durante a criação deles, foram buscadas soluções de máximo contraste entre as tintas e os suportes, sendo selecionado o par preto/amarelo. Foi escolhida a fonte APHont, variando entre os tamanhos 24 e 32.

Além disso, todos os textos em tinta foram configurados com alinhamento à esquerda, uma vez que textos justificados distorcem as distâncias entre as palavras, o que dificulta a leitura de quem necessita aproximar os olhos para conseguir acompanhar o material ampliado (SILVA, 2010). Durante a exposição, constatou-se o quanto a associação da ciência com o senso comum favoreceu a aproximação do público.

Algumas pessoas, ao fazer a pesquisa tátil, relacionaram a forma dos objetos às narrativas lendárias. Por exemplo, podemos citar uma reação diante do painel que associava a lenda sobre uma serpente petrificada a uma concha fóssil de amonite (FERNANDES, 2005): “mas essa concha realmente parece uma serpente petrificada!”. Esse resultado positivo de engajamento com a narrativa da exposição demonstra o quanto a construção de estratégias a partir senso comum é profícua, como relatado por Diniz e Germano (2015):

Por muito tempo o senso comum foi considerado deficiente, um conhecimento sem credibilidade, atualmente a retomada do conhecimento popular, a valorização do senso comum surge como uma aliada no processo de popularização da ciência, uma vez que parte da essência do conhecimento vindo e para o povo (DINIZ; GERMANO, 2015).

O roteiro de percepção háptica de Lederman e Klatzky (2009) mais uma vez se mostrou eficaz. Entretanto, no caso das réplicas em resina, a experiência sensorial ficou limitada, uma vez que a ausência de peso equivalente ao de uma rocha trouxe frustrações por parte do público, que esperava manipular peças originais para ter uma experiência completa. Muitas vezes, a utilização de réplicas como recurso expositivo é a alternativa mais segura, porém, para a inquietação de curadores mais conservadores, a partir das experiências aqui expostas, percebeu-se que tal estratégia deve ser utilizada somente quando for totalmente inviável o manuseio de peças originais.

Sobre as soluções de acessibilidade, foi essencial a disponibilização dos textos e legendas livres para manuseio, como forma de permitir ao público escolher um posicionamento de leitura mais confortável. Evitou-se, assim, que pessoas com baixa visão tivessem que, desconfortavelmente, encostar a cabeça próximo à bancada ou painel, para conseguir ler os textos. Além disso, passou-se a evitar a impressão do material ampliado no mesmo papel ou suporte em que o texto foi transcrito para o braille. Algumas pessoas relataram que as marcas do sistema de leitura tátil sobrepostas à tinta prejudicaram a nitidez do texto para quem tem baixa visão.

Outras iniciativas muito bem recebidas foram a disponibilização ao público de uma versão de livro de visita com reglete e punção, para que todos tivessem autonomia para registrar sua presença e relatar opiniões sobre a exposição também em braille, além de uma guia de assinatura, oportunizada por uma professora do IBC. Essa guia foi utilizada como recurso assistivo para que as pessoas com deficiência visual pudessem assinar seu nome de maneira cursiva. Essa disponibilização foi fundamental e muito utilizada pelos visitantes e sua importância é destacada por Lima (2016): “a escrita cursiva, em particular a assinatura do nome, é parte integrante do processo de reabilitação da pessoa com deficiência visual, oportunizando autonomia e elevação de sua autoestima”.

Capacitação realizada

Toda a equipe de mediadores do Museu de Ciências da Terra realizou uma oficina sobre orientação e mobilidade (OM), com duração total de 16 horas/aula, no Programa de Formação Continuada do IBC (INSTITUTO BENJAMIN CONSTANT, 2019c). Na ocasião, foram aprendidas as técnicas de guia vidente (GV), que são formas seguras e eficientes de movimentos ao guiar uma pessoa com deficiência visual, com o cuidado de proporcionar a quem está sendo guiado a autonomia e a participação independente na tomada de decisão durante o percurso. Também foram abordadas as técnicas de autoproteção (AP), que são noções de técnicas de proteção do corpo e detecção de obstáculos (MACHADO et al., 2003). Essa aprendizagem possibilitou uma mediação mais objetiva e a compreensão da importância de incentivar e permitir a experiência autônoma das pessoas com deficiência.

Considerações finais

Trabalhar em prol da acessibilidade é um processo contínuo de aprendizagem e inquietação. Este texto apresentou alguns avanços em relação à elaboração de atividades para o público com deficiência visual: a capacitação dos mediadores em orientação e mobilidade; ações contínuas, em vez de estanques; estratégias interdisciplinares de divulgação científica; recursos assistivos e um roteiro de construção da percepção háptica no contexto das geociências. Essas melhorias só foram possíveis devido ao engajamento das duas instituições em dialogar e planejar atividades conjuntamente. A experiência dos profissionais do Instituto Benjamin Constant e a interação com o público foram fontes de intensa aprendizagem para toda a equipe do Museu de Ciências da Terra.

Existe a necessidade de novos passos, que obrigatoriamente passam pelo oferecimento de recursos digitais acessíveis, pela criação de um grupo focal para avaliação das ações e também pela inclusão de pessoas com deficiência na equipe de colaboradores do museu. Nas ações de trabalho aqui referidas, fez muita falta a participação de uma pessoa com deficiência visual durante todo o processo. Por isso, mesmo que as propostas expositivas e educativas tenham sido realizadas com a melhor das intenções, todas elas deveriam ter tido a plena participação das próprias pessoas com deficiência, desde o planejamento até o processo de tomada de decisão. Não é um caminho fácil, mas trilhá-lo é necessário para que seja possível a inclusão efetiva nas atividades museais.

Referências

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DINIZ, L. J. D.; GERMANO, M. G. O papel do professor na popularização da ciência. In: Anais II CONEDU… Editora Realize, 2015. Disponível em: https://www.editorarealize.com.br/index.php/artigo/visualizar/16499. Acesso em: 13 jan. 2021.

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FERNANDES, A. C. S. Fósseis: mitos e folclore. Anuário do Instituto de Geociências – UFRJ. v. 28, n. 1, 2005, p. 101-115. Disponível em: http://www.anuario.igeo.ufrj.br/anuario_2005_1/Anuario_2005v01_101_115.pdf. Acesso em: 23 abr. 2020.

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[1] Ao trabalhar com pessoas com baixa visão, é importante que se avalie o tamanho ideal de fonte para cada um, individualmente. Por ser inviável a adaptação individual no evento em questão, foi feita a ampliação do texto em fonte de tamanho 24, que é o indicado para materiais adaptados de uso coletivo (FRANCO, 2018).

[2] Importante destacar que somente a ampliação do texto pode não ser suficiente, sendo essencial também considerar o tipo de letra, o contraste e o brilho do material (DOMINGUES et al., 2010).

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