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Sumário interativo

Acessibilidade e ações educativas inclusivas em museus: a experiência da Pinacoteca de São Paulo

Gabriela Aidar

Resumo: Este capítulo apresenta diferentes entendimentos sobre a acessibilidade em museus e instituições culturais, problematizando o senso comum que a compreende como sinônimo de ações voltadas exclusivamente às pessoas com deficiência. A fim de tornar concretas algumas ideias, compartilha a experiência dos Programas Educativos Inclusivos (PEI) do Núcleo de Ação Educativa da Pinacoteca de São Paulo, que promove ações de acessibilidade junto a grupos não tradicionalmente frequentadores de museus, como pessoas com deficiência, em sofrimento psíquico, em situação de vulnerabilidade social e pessoas com 60 anos ou mais.

Introdução

Neste capítulo, abordo questões levantadas em minha conversa com a equipe da Coordenação de Educação e Popularização da Ciência do Museu de Astronomia e Ciências Afins, em setembro de 2020, que teve como temas centrais a acessibilidade em museus e instituições culturais e a apresentação das ações educativas desenvolvidas pelos Programas Educativos Iinclusivos (PEI) da Pinacoteca de São Paulo desde 2002.

Em artigo que escrevi em 2019 sobre o tema (AIDAR, 2019), busquei indicar o quanto a compreensão e as práticas de acessibilidade nos museus são plurais, desde aquelas voltadas prioritariamente a projetos desenvolvidos para e com pessoas com deficiência até abordagens que consideram outros aspectos que dificultam o acesso às instituições culturais, como as condições socioeconômicas, de escolaridade, de faixa etária etc. Este é um ponto de vista que propõe um olhar mais abrangente e relacional para a acessibilidade e com o qual eu e meus colegas no Núcleo de Ação Educativa da Pinacoteca nos identificamos.

Os grupos com dificuldades de acesso aos museus no país são bastante ampliados, abrangendo as pessoas com deficiência, mas não se restringindo apenas a elas. Assim, parece-nos simplificador utilizar os termos acessibilidade e inclusão como sinônimos de ações dirigidas a pessoas com deficiência, tal como o faz a educação formal.

Segundo pesquisa sobre hábitos culturais realizada em 2017 em 12 capitais brasileiras, no que se refere aos museus, o perfil de visitantes pode ser caracterizado por pessoas jovens (mais da metade com até 34 anos), com alta escolaridade (57% com ensino superior) e alta renda (62% na chamada classe A – com renda superior R$18.740,00 ou mais ao mês) (LEIVA; MEIRELLES, 2018). A escolaridade e a renda são fatores determinantes no acesso aos museus no Brasil, particularmente aos museus de arte. E, portanto, os grupos que ficam de fora desse acesso são aqueles socialmente vulneráveis, em piores condições socioeconômicas e que são os grupos majoritários no país.

Se observarmos os dados do último censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2010, no que diz respeito aos dados da população com deficiência, veremos que cerca de 24% afirmou ter pelo menos uma das deficiências investigadas pelo censo: deficiência visual, auditiva, motora, mental ou intelectual[1]. Destas, aproximadamente 68% tinha 65 anos ou mais, e 61% não possuía instrução escolar ou tinha ensino fundamental incompleto (OLIVEIRA, 2012). Nota-se, assim, a interseccionalidade da própria deficiência, que pode ser adquirida com o avanço da idade (no caso das deficiências visuais e auditivas, por exemplo) e que, por sua vez, também limita o acesso à progressão escolar, e consequentemente, ao trabalho e à renda.

Outros dados de pesquisas que me parecem relevantes na discussão sobre o acesso (ou a falta dele) nas instituições culturais são investigações de caráter mais qualitativo, que busquem entender a percepção dos entrevistados com relação à cultura, suas manifestações e equipamentos. Neste caso, podemos mencionar a pesquisa feita pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em 2010, de abrangência nacional, que indicou que 68% dos entrevistados nunca haviam visitado um museu ou centro cultural em suas vidas e que 56% deles apontavam como obstáculo à frequência cultural a barreira social imposta pelo perfil de público que frequenta os espaços de cultura (BARBOSA; ARAÚJO; CODES, 2010). Nove anos depois, vemos dados muito similares levantados por outra pesquisa, a qual indica que 58% de seus entrevistados afirmaram que os museus são elitizados e pouco visitados (OI FUTURO/CONSUMOTECA, 2019).

O que tais dados nos apresentam, por um lado, é a percepção acertada da população no que diz respeito a quem são os interlocutores mais usuais dos museus e com os quais dialogam com mais desenvoltura. Por outro, apontam para as poderosas barreiras simbólicas que dificultam o acesso às instituições museológicas para determinados grupos sociais, algo que deve ser considerado um aspecto central nas reflexões sobre acessibilidade cultural em nosso contexto.

Tais barreiras, por serem invisíveis, tendem a ser minimizadas, mas podemos considerá-las tão ou, em certos casos, mais determinantes na dificuldade de acesso aos museus quanto as barreiras de caráter físico e material. Estas últimas, muitas vezes, também são vistas, simplificadamente, como os únicos obstáculos de acesso às instituições. Entretanto, não serão rampas, elevadores, banheiros para cadeirantes, ou mesmo legendas em braille e audiodescrição que tornarão os museus acessíveis de fato.

Como afirma a pesquisadora grega radicada em Portugal, Maria Vlachou, 

As barreiras de acesso aos museus não são práticas; elas são mentais e psicológicas, resultado da falta de experiência prévia, conhecimento e práticas. […] Nosso objetivo é criar as condições para que as pessoas experimentem: inspirando curiosidade, apresentando relevância, tornando os museus de alguma maneira tangíveis, promovendo conforto e bem-estar (principalmente psicológico), construindo pontes. Em muitos casos, teremos que abrir portas; não apenas para que os públicos entrem, mas também para sairmos, abandonarmos nossa zona de conforto e encontrá-los (VLACHOU, 2013, p. 84-85).[2]

            Na prática, não deveria haver uma hierarquia entre os diferentes aspectos da acessibilidade, uma vez que eles se encontram interligados e são interdependentes. Garantir o acesso físico sem que haja possibilidade de compreensão cognitiva do que se vê dentro do museu serve pouco, assim como compreender os discursos, mas não se sentir acolhido e representado pela instituição pode ser uma experiência pouco produtiva e transformadora.

            Podemos caracterizar as diversas instâncias de acesso aos museus da seguinte maneira, desde seus aspectos mais visíveis e tangíveis, até aqueles de ordem subjetiva, mas, como vimos, não menos relevantes:

  • acesso físico: relativo à possibilidade de mobilidade e circulação pelos espaços da instituição. Muitas vezes, entendido como sinônimo de acessibilidade de modo geral. Idealmente, deveria considerar os percursos urbanos que levam até o museu, ou o acesso à própria cidade;
  • acesso financeiro: por meio da liberação dos valores de ingresso e subsídio de transporte para grupos que se veem impedidos de visitar o museu sem esse apoio de mobilidade;
  • acesso intelectual: muitas vezes também chamado de acesso comunicacional, é relativo à compreensão dos objetos e discursos expositivos, da organização conceitual e da linguagem utilizada, das normas institucionais e da orientação espacial. Não implica oferecer respostas prontas ou verdades definitivas, mas compartilhar chaves de inteligibilidade para o que se conhece dentro das instituições;
  • acesso sensorial: relativo à possibilidade de acessar os objetos culturais por meio de outros sentidos além da visão e da audição, sentidos privilegiados durante a visita a um museu. Reconhecendo que nossa experiência vital é sinestésica, ou seja, que nunca usamos um sentido desvinculado do outro, mas sempre em interação, a possibilidade de uma experiência multissensorial dentro do museu pode ser enriquecedora para todos os visitantes, em particular crianças e idosos, por exemplo. Mas ela é imprescindível para promover o acesso a pessoas com alguma deficiência sensorial, como as pessoas com deficiências visuais e auditivas;
  • acesso atitudinal ou emocional: relativo ao sentimento de acolhida pela instituição, confiança e prazer pela participação e identificação com os sistemas de produção cultural. Sentir-se bem e à vontade dentro do museu favorece o processo de aprendizagem e torna mais possível o retorno e o desejo de conhecer outros equipamentos, incentivando a frequência cultural;
  • acesso cultural: se refere ao reconhecimento da diversidade cultural presente na instituição. Este reconhecimento pode se dar desde os discursos expositivos e narrativas curatoriais, incorporando pontos de vista de grupos menos hegemônicos e usualmente invisibilizados nas instituições oficiais de cultura, ou ainda por meio de uma política afirmativa de contratação de profissionais de grupos politicamente minoritários, como membros desfavorecidos da população LGBTQIA+, entre outros (AIDAR, 2019, p. 155-175).

Me parece ainda relevante pensar a acessibilidade em museus ainda sob o prisma das desigualdades sociais, em particular daquelas de caráter socioeconômico. Esse olhar para a acessibilidade dialoga diretamente com a realidade brasileira e as pesquisas de público da cultura e dos museus no país, que indicam – como principal corte que limita o acesso às instituições – os níveis de renda e escolaridade dos indivíduos.

Essa é também uma percepção transversal da acessibilidade, uma vez que outros aspectos que dificultam o acesso, tais como a faixa etária ou o fato de serem pessoas com deficiência, podem ser influenciados pela renda e capital cultural familiar. Em outras palavras, um idoso ou pessoa com deficiência de uma família de alta renda e escolaridade têm maior chance de acesso às instituições culturais e às oportunidades socioeducativas de modo geral.

Como afirmam Chagas e Storino no prefácio dos Cadernos Museológicos 2, editado pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) e dedicado à acessibilidade:

A democratização e o acesso aos códigos culturais, bem como a produção de códigos culturais de ampla circulação para além da territorialidade restrita de determinados grupos sociais, constituem um desafio extraordinário para a acessibilidade museal. […] Tomar posse de determinados códigos, ocupá-los como quem ocupa um território, lutar pela manutenção da ocupação e pela hegemonia de novos códigos constituem procedimentos estratégicos importantes para os grupos sociais interessados na acessibilidade radical (CHAGAS; STORINO, 2012, p. IX).

A experiência dos Programas Educativos Inclusivos (PEI) da Pinacoteca de São Paulo

Sem nenhuma pretensão de servir de modelo ou exemplo a ser seguido, e reconhecendo as lacunas e desafios com os quais ainda temos de lidar institucionalmente na promoção de uma “acessibilidade radical”, como afirmam os colegas anteriormente citados, compartilho a seguir a experiência dos Programas Educativos Inclusivos da Pinacoteca, voltados ao desenvolvimento de ações educativas com grupos não espontaneamente frequentadores de museus, cuja visitação é preciso estimular por meio de ações proativas de aproximação e trabalho conjunto.

Antes, porém, parece-me importante problematizar outro senso comum, relativo à compreensão das estratégias de acessibilidade, tendo como objetivo unicamente a formação de novos públicos para as instituições. O desenvolvimento de públicos pode ser entendido como a identificação das diferentes barreiras (em sua maioria de caráter simbólico) que acabam por excluir indivíduos ou grupos da frequência aos museus, e a posterior elaboração de estratégias que superem essas barreiras, trazendo para os museus públicos tradicionalmente não visitantes. Já os processos educativos (inclusivos ou não), devem propor, para além de um maior acesso às instituições museológicas, o desenvolvimento de ações que tenham repercussões pessoais, comunitárias e sociais, buscando promover impactos de ordem qualitativa no cotidiano de seus participantes.

O que propomos com nossas ações educativas de acessibilidade não se restringe apenas à formação de novos públicos para os museus, mas ao desenvolvimento de processos educativos que sejam significativos para os participantes, independente de eles se tornarem frequentadores ou não, posteriormente. Assim, sua fidelização deveria ser uma decorrência, e não o objetivo principal do trabalho educativo das instituições culturais (LEYTON; AIDAR, 2019).

Os programas da Área de Ação Educativa da Pinacoteca têm, como ideia estruturante para o trabalho, a segmentação de públicos. Assim, temos duas grandes áreas de atuação estabelecidas de acordo com seus públicos-alvo: a primeira, chamada de Programas de Atendimento ao Público Escolar e em Geral, com programas voltados a públicos autonomamente visitantes e que desenvolve ações principalmente junto a grupos escolares (professores e alunos), assim como a grupos familiares e visitantes espontâneos. E a segunda área, que são os Programas Educativos Inclusivos (PEI), voltados a públicos não tradicionalmente visitantes, e para os quais temos que desenvolver ações mais proativas de aproximação.

Neste caso, são programas que atuam com pessoas com deficiência ou em sofrimento psíquico; com grupos de pessoas em situação de vulnerabilidade social; com pessoas com 60 anos ou mais e também com formação continuada dos próprios funcionários do museu, especialmente das áreas de atendimento ao público e das equipes de profissionais terceirizados da segurança e limpeza.

Antes de apresentar o que fazem os PEI, gostaria de apontar alguns de seus pressupostos metodológicos comuns, uma vez que eles particularizam as ações desenvolvidas e, em alguns pontos, se diferenciam das abordagens mais tradicionais da educação museal.

O primeiro deles é o desenvolvimento de ações a partir dos perfis, repertórios, experiências, interesses e demandas dos grupos, ou seja, da elaboração de percursos singulares para cada grupo, em oposição à ideia de roteiros educativos predeterminados, bastante comuns na educação museal e nas visitas educativas de grupos escolares, por exemplo. O contato com os públicos-alvo se dá por meio do estabelecimento de parcerias com organizações, projetos e coletivos com os quais estejam vinculados.

Entre as organizações parceiras, encontram-se desde aquelas de caráter mais institucionalizado, como as de educação não formal, de assistência social ou de saúde, até movimentos sociais. São essas parcerias que garantirão a continuidade dos processos educativos desenvolvidos. Os programas atuam prioritariamente de maneira continuada com os educandos, o que permite o aprofundamento das estratégias e das relações e vínculos com os grupos e entre eles. Isso possibilita que os próprios educandos definam o que será interessante no contato com o museu, dada sua maturidade e familiaridade com a Pinacoteca e as demandas advindas disso. Outra ação comum são os cursos de formação para profissionais que atuam com os públicos-alvo, em sua maioria profissionais da assistência social, saúde ou educação inclusiva.

Temos, ainda, o Programa Educativo para Públicos Especiais, que atua com pessoas com deficiência física, sensorial ou intelectual e, também, com pessoas em sofrimento psíquico. O programa realiza visitas educativas aos grupos por meio do uso de recursos educativos multissensoriais, que estimulam o uso de outros sentidos além da visão. Conta também, em sua equipe, com uma educadora surda que realiza as visitas em Libras (Língua Brasileira de Sinais) com os grupos de surdos.

O programa ainda desenvolve um curso de formação para profissionais que atuam com grupos de pessoas com deficiência e em sofrimento psíquico; realiza ações extramuros com os públicos-alvo e editou algumas publicações adaptadas em dupla leitura – com letras ampliadas e braille, além de um CD de áudio. Esse mesmo programa desenvolveu uma Galeria de Esculturas Brasileiras, com nove esculturas em metal originais do acervo da Pinacoteca, disponíveis ao toque de pessoas com deficiência visual para promover sua visitação autônoma, assim que as condições sanitárias relativas à pandemia do Covid-19 o permitam.

Passamos, agora, ao Programa de Inclusão Sociocultural, que desenvolve ações educativas continuadas junto a grupos de pessoas em situação de vulnerabilidade social, muitas do próprio entorno do museu, como adultos em situação de rua, pessoas que fazem uso problemático de drogas em tratamento de saúde, entre outros. Esse programa desenvolve, desde 2008, uma ação extramuros com grupos de adultos em situação de rua do entorno do museu, por meio de oficinas de experimentação artística com ênfase na xilogravura e, desde 2005, realiza um curso de formação para educadores sociais.

O Programa Meu Museu atua com grupos de idosos, ou seja, pessoas com 60 anos ou mais, por meio de visitas educativas com abordagens específicas para responder às necessidades dessa faixa etária. Também desenvolve, desde 2013, um curso de formação para educadores e outros profissionais que atuam com idosos.

Por fim, temos o Programa Consciência Funcional, que desenvolve ações de formação continuada dos próprios funcionários da Pinacoteca, em particular das áreas de recepção e atendimento ao público e prestadores de serviço, como as equipes de segurança e de limpeza, ou seja, profissionais sem uma formação técnica nas áreas específicas do museu, como patrimônio, arte e cultura, por exemplo.

O programa desenvolve módulos formativos que discutem temas particulares do museu e de suas atividades e outros, elaborados segundo a demanda das próprias equipes, como os mais recentes de consciência corporal, que foram uma solicitação das equipes de atendimento que trabalham várias horas por dia em pé nas salas de exposição, sendo todas atividades em horário de trabalho dos funcionários. Desenvolve, ainda, algumas atividades de participação voluntária, como oficinas de experimentação plástica e atividades anuais para os filhos dos funcionários, para que se aproximem do ambiente de trabalho de seus pais.

Conclusão

Para finalizar, não parece possível refletir sobre nossas ações de acessibilidade no ano de 2020 sem considerar o contexto da pandemia causada pela Covid-19 e o consequente distanciamento físico a que estamos submetidos desde meados de março do mesmo ano, sem perspectiva clara de retorno às atividades presenciais. Como a maior parte das áreas educativas dos museus, na Pinacoteca nos adaptamos gradualmente às ações digitais, produzindo conteúdos educativos audiovisuais para as redes sociais e para o website do museu voltados para distintos públicos-alvo[3]. Também realizamos nossos cursos de formação para educadores e profissionais da assistência social e saúde em versões on-line a distância e elaboramos arquivos de Powerpoint para professores parceiros de escolas bilíngues para surdos usarem em suas aulas remotas.

Para a nova exposição de longa duração, intitulada Pinacoteca: acervo, inaugurada ao final de outubro deste ano, desenvolvemos uma série de códigos QR que dão acesso a conteúdos educativos e de acessibilidade, como audiodescrições de obras para pessoas com deficiência visual e vídeos com leituras de imagens em Libras para visitantes surdos.

Entretanto, entre os diversos aprendizados que tivemos com a quarentena, um deles foi a constatação da estreita relação entre as desigualdades sociais e o acesso aos meios digitais. A ideia de que a digitalização e virtualização das atividades dos museus democratize suas ações não é de todo verdadeira, se considerarmos que o acesso aos recursos digitais no contexto brasileiro está longe de ser universalizado, especialmente entre os grupos em situação de vulnerabilidade social.

Dessa forma, procurando manter nosso compromisso de promover a educação para a equidade e inclusão de diversos públicos, desenvolvemos um projeto chamado Pina_portátil, que consiste em estratégias educativas presenciais para grupos com dificuldades de acesso aos meios digitais. O projeto foi elaborado para grupos de adultos em situação de rua, pessoas em sofrimento psíquico e idosos institucionalizados, e consiste em caixas com materiais plásticos e propostas educativas doadas a nossos parceiros que trabalham com esses públicos-alvo, com atividades elaboradas a partir de seus perfis e necessidades e materiais que podem ser higienizados com álcool 70%, a fim minimizar o risco de contágio pela sua manipulação. Seu objetivo é reduzir o distanciamento dos grupos com relação ao museu e suas ações, disponibilizando atividades educativas em arte, assim como manter os vínculos e colaborar com o trabalho de nossos parceiros, para continuar atuando juntos, mesmo que à distância.

Referências bibliográficas

AIDAR, Gabriela. Acessibilidade em museus: ideias e práticas em construção. Revista Docência e Cibercultura – Educação Museal. v. 3, n. 2, 2019. DOI: https://doi.org/10.12957/redoc.2019.39810. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/re-doc/article/view/39810. Acesso em: 4 fev. 2021.

BARBOSA, Frederico; ARAÚJO, Herton Ellery; CODES, Ana. Sistema de Indicadores de Percepção Social – Cultura. Brasília: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), 2010. Disponível em:  https://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/SIPS/101117_sips_cultura.pdf. Acesso em: nov. 2020.

CHAGAS, Mário; STORINO, Cláudia. Prefácio – O desafio da acessibilidade aos museus. In: COHEN, Regina; DUARTE, Cristiane Rose; BRASILEIRO, Alice. Acessibilidade a museus – Cadernos Museológicos, v. 2. Brasília: MinC/Ibram, 2012.

LEIVA, João; MEIRELLES, Ricardo (org.) Cultura nas capitais, 2018. Disponível em: http://www.culturanascapitais.com.br/. Acesso em: nov. 2020.

LEYTON, Daina; AIDAR, Gabriela. Prácticas educativas en instituciones culturales: aportes a partir de las relaciones entre públicos y museos. In: URRACO, Juan; MACCARI, Bruno (coord.). Enlaces compartidos: activando conversaciones sobre públicos, audiencias y comunidades. Ciudad Autónoma de Buenos Aires: Secretaría de Cultura de la Presidencia de la Nación, 2019, p. 87-99.

OI FUTURO/CONSUMOTECA. Pesquisa de tendências: narrativas para o futuro dos museus, 2019. Disponível em: https://oifuturo.org.br/pesquisa-museus-2019/ Acesso em: nov. 2020.

OLIVEIRA, Luiza Maria Borges. Cartilha do Censo 2010 – Pessoas com Deficiência. Brasília: Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR) /Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência (SNPD), 2012.

VLACHOU, Maria. Musing on Culture: Management, Communications and Our Relationships With People. Lisboa (Portugal): Bypass, 2013.


[1] Após revisão da metodologia utilizada na coleta de dados sobre pessoas com deficiência no censo de 2010, o IBGE revisou os dados – em 2018 – e adotou um novo critério de margem de corte, que fez com que o número de pessoas com deficiência no Brasil ficasse em 12,7 milhões e representasse 6,7% da população em geral, bem abaixo das quase 24% identificadas anteriormente. Disponível em: https://diversa.org.br/ibge-mudanca-dados-pessoas-com-deficiencia/. Acesso em: jan. 2021.

[2] Ainda sobre possíveis reflexões a respeito da prática cultural e sua relação com a produção de estados de saúde, principalmente mental e emocional, elaborei no início da pandemia o artigo: AIDAR, G. Um mundo comum entre pessoas diferentes é possível? Revista Museu, maio de 2020. Disponível em:

https://revistamuseu.com.br/site/br/artigos/18-de-maio/18-maio-2020/8541-um-mundo-comum-entre-pessoas-diferentes-e-possivel.html. Acesso em: nov. 2020.

[3] Para conhecer alguns desses conteúdos, como áudios e vídeos de leituras de imagens e oficinas artísticas, visite: https://www.youtube.com/user/MuseuPinacoteca/videos. Acesso em: nov. 2020.

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